terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Final do 1º Curso de Oficina de Língua Portuguesa

Olá amigos,

passados dois meses desde que saí do meu país, vejo terminar o meu primeiro curso de oficina. Neste momento há um misto de sentimentos que faz parte de mim. Por um lado a alegria de ter ensinado um pouco mais da nossa língua a um povo que é afinal nosso irmão, por outro lado, uma tristeza por ter de deixar os meus alunos, a minha turma, o meu primeiro distrito no qual muito aprendi e cresci.

No encerramento deste primeiro curso fui, tal como as minhas colegas, brindada por uma cerimónia que me emocionou muito.

É gratificante ver que, muitos anos depois, ainda há gente timorense, filhos desta terra, que nos agradecen tudo o que fizemos, fazemos e queremos fazer.

Com lágrimas a rolar pela cara, votos de felicidades e um obrigado que ainda hoje faz eco na minha cabeça, foi este o modo que os meus alunos utilizaram para se despedirem e me verem partir.

Quanto a mim, limitei-me a agradecer-lhes, com os olhos mais brilhantes do que o normal, dizendo-lhes que me orgulho e orgulharei sempre por ter iniciado a minha carreira "a sério" na terra do sol nascente.

Emociona-me a forma como se despediram, emociona-me a forma como, não tendo quase nada me ofereceram quase tudo e, emociona-me que me vejam como um exemplo a seguir. Disse-lhes que cada um de nós deve ser um exemplo para alguém, que eu não era mais nem menos que eles, apenas igual.

Foi deste modo, e com este misto de emoções que vim embora. Em Janeiro será Ermera a minha nova casa, a minha nova vida e, certamente um novo crescimento.



Beijinhos, com saudades



Bárbara

1 comentário:

  1. Olá, Bárbara! Muitas felicidades em Timor. Realmente é uma terra lindíssima, de gente boa. Infelizmente, o pior encontra-se em Díli e dá pelo nome de "malae". Muitos deles entram aí com uma postura neocolonizadora e é triste ouvir os timorenses falarem como estão impossibilitados de aceder a alguns lugares no seu próprio país. Cuidado, sobretudo, com os colegas que já fazem carreira como professores aí em Timor e que já se consideram donos de tudo e que não vêem com muitos bons olhos a chegada dos "concorrentes". Cuidado com os mosquitos, protege-te com o repelente assim que saires à rua, sobretudo em Díli, uma vez que em Ermera haverá menos possibilidade de contraíres dengue ou malária.
    Espero que não me leves a mal, mas algumas professoras que leccionam em Timor alcançaram uma fama bastante negativa, que chegou a Portugal. A "beach patrol" da GNR nas praias de Díli, as trocas de boleias por favores pouco dignos, as discotecas e os bares "de engate", as zaragatas por causa de mulheres entre militares lusos e polícias timorenses começam a ser cada vez mais frequentes, pelo que até é recomendável que uma pessoa de bem deixe de frequentar certos locais. Mas pronto, não percas a oportunidade de pisar Jaco, mergulhar naquelas águas mágicas e pensar que naquele lugar, o Índico e o Pacífico se encontram e disputam o privilégio de acariciar a tua pele. Outra coisa: não esqueças de dar um saltinho a Liquiçá, procurar pela melhor fruta do mundo (os mangustões) e saboreares um enquanto assistes ao pôr-do-sol na baía de Tíbar.

    Força!

    M.

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